sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ALAOR

Alaor foi personagem histórico da cidade de Bagé, todos o conheciam por sua imaginária profissão de guarda de trânsito. Ele costumava ficar perto dos semáforos, com seu apito ensurdecedor comandando o trânsito como se fosse um guarda. Algumas pessoas riam dele, outras incentivavam sua loucura e davam-lhe força dizendo: -“É isso mesmo Alaor só tu mesmo pode dar jeito nesse trânsito”.
 E outras ainda o ignoravam, passavam por ele como se ele não existisse. Essa era a vida dele, dia e noite comandando o trânsito, acompanhando procissões, carreatas e tudo mais que ele imaginara organizar.
- Certo dia aconteceu um grave acidente de automóveis, várias pessoas ficaram feridas foi então que Alaor ligou para o SAMU pedindo uma ambulância urgente. A telefonista que o atendeu começou a pedir informações sobre o acidente:
Perguntou ela então: - onde ocorreu o acidente?
Ele respondeu: - Na rua Sete de Setembro.
Então continuou a perguntar: - Podes me dar um ponto de referência?
Então ele disse:- Em frente ao super mercado e próximo ao semáforo que eu comando.
Então a telefonista perguntou: - Você comanda?
- Mas quem é que está falando?
- Aqui é o Alaor.
- Ah, não acredito!Tu Alaor?
- Não tens o que fazer? Passando trote, isso aqui é coisa séria vai arrumar alguma coisa para fazer.
Mas Alaor continuou a ligar e insistir no pedido da ambulância.
Foi então que a telefonista chamou o médico de plantão e comentou com ele o acontecido.
O médico e os enfermeiros que o acompanhavam, tiveram uma idéia, vamos pegar a ambulância colocar o Alaor em uma camisa de força e dar um susto nele, assim ele vai parar de incomodar.
Saíram então os três, aproximaram-se da avenida sete local onde o Alaor dizia estar, levou um tremendo susto o acidente era verídico. Visualizaram Alaor com seu apito ensurdecedor tentando reanimar as vítimas pobres Alaor, estava enlouquecido. O médico e os enfermeiros atenderam os acidentados, chamaram reforço e levaram as vítimas para o hospital.
Enquanto carregavam as vítimas lastimavam-se por não terem dado crédito ao Alaor. Passado alguns meses as vítimas já recuperadas daquele horrível acidente resolveram fazer uma homenagem a esse homem que os ajudou. Prepararam uma festa surpresa e lhe deram de presente um apito e uma imitação de farda de guarda de trânsito, agradeceram pelo apoio e tentativa de salvá-los. Ele ficou muito agradecido parecia uma criança, continuou seu imaginário trabalho de guarda de trânsito, já a telefonista, o médico e os enfermeiros aprenderam a dar crédito às pessoas mesmo que elas tenham certas necessidades especiais.

Fim

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